Com quedas na taxa Selic, analistas veem boas perspectivas em unidades físicas, fundos imobiliários e aluguel.
As quedas sucessivas na taxa Selic – atualmente em 5% – tendem a atrair investimentos para o mercado imobiliário.
Com os cortes impactando nos chamados rendimentos de renda fixa, os
investidores podem migrar para fundos imobiliários, ações de construtoras e incorporadoras
ou, simplesmente, retirar o dinheiro de suas aplicações para comprar
imóveis. Analistas de mercado alertam, no entanto, que a aquisição de
uma casa, apartamento ou unidade comercial é um investimento de médio e longo prazo, cujo retorno se dá, em média, acima de três anos.
Daí vem a pergunta: é melhor investir em imóvel ou em fundo imobiliário?
Planejadores financeiros com a certificação CPF (Certified Financial
Planner) explicam que imóveis e FII (Fundos de Investimento Imobiliário)
pertencem à mesma categoria de ativos, mas possuem três diferenças
importantes: a forma de propriedade, a tributação e a liquidez. Nos FII,
o cotista não tem a propriedade direta. Com isso, se desobriga dos custos de manutenção e vacância do imóvel. A compra de fundos também é isenta de imposto de renda para pessoas físicas, enquanto a renda gerada por imóveis é sujeita à tabela de IR.
Além disso, se obtiver ganho de capital
na venda direta de imóveis, as alíquotas de IR serão de 15% a 22,5%
(conforme o valor do ganho). Vale ressaltar que, para imóveis até 440
mil reais, e desde que se use o valor apurado na venda para comprar um novo imóvel de maior valor, no prazo máximo de até 180 dias, existe o benefício
da isenção de IR. Porém, esse tipo de venda se sujeita a outro tributo:
o ITBI, imposto municipal incidente no momento da venda, com alíquotas
que variam conforme o município. Já, quanto ao fundo imobiliário, incidem 20% de IR sobre a diferença entre o valor da compra e o da venda das cotas.
Segmento de investimento imobiliário vê boa oportunidade também no aluguel
Por isso, para quem busca mais liquidez,
dizem os especialistas, o recomendado é buscar fundos imobiliários. A
liquidez dos imóveis físicos depende de fatores como localização,
conservação e situação da documentação, enquanto os FII podem ter suas
cotas negociadas em Bolsas de Valores, o que propicia mais liquidez do
que a compra de casas, apartamentos, escritórios, lojas etc. No entanto,
independentemente da opção, o mercado entende que, quanto maior for a
queda da taxa Selic, mais o investimento em ativos imobiliários – seja na forma de fundos ou de unidades – se tornará atrativo.
O segmento de investimento imobiliário
também não descarta como boa oportunidade o rendimento através de
aluguel. Essa alternativa não se resume apenas às unidades residenciais,
mas se estende a salas comerciais, terrenos, galpões e espaços de
varejo em shoppings ou lojas. Convencionou-se que o aluguel rende cerca
de 0,5% por mês do valor total do imóvel. Se a unidade
vale 300 mil reais, a locação renderá algo em torno de 1.500 reais
mensais. Entre prós e contras, os analistas destacam as seguintes vantagens do aluguel: boa taxa de retorno e segurança no investimento. Já as desvantagens são possíveis despesas com manutenção contínua.
Por Altair Santos
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